quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Eduardo contra o Mundo - de zero a herói

Venho trazer-vos o relato de um jovem ex estudante FEUP e do seu caminho discreto até ao topo. De um dia para o outro o inexperiente e desastrado jovem arbitro de basket Eduardo F, chamemos-lhe assim(mantendo assim o seu anonimato), despontou para uma maturidade invulgar e buscou em si qualidades heróicas pouco vistas fora do contexto bíblico. Como o próprio explica na sua tese consultável aqui não foi um caminho fácil, pelo contrário. A tortuosidade inexplicável e imensurável do caminho encontrado por este jovem abandonado à sua sorte, é descrita por ele com uma simplicidade própria de grandes homens. A mítica braçada de Camões tentando salvar os Lusíadas perde qualquer significado com a bravura do feito de Eduardo F. Nas palavras do próprio:

..."Tentarei explicar nas próximas frases o contexto em que se encontrava esta área aquando da minha chegada à Painhas."..

Percebem-se as dificuldades do rapaz...

..."A minha função passaria por ser um gestor de obra, ou seja gerir todas as vertentes que uma obra possui, tais como controlo de materiais, pessoas, orçamentos, tempo de execução e qualidade técnica da obra."..

sem esquecer o consumo de carga...

Como podemos inferir do relato acima transcrito o peso do Mundo foi colocado nas costas do nosso amigo...mas isso só o fez mais forte!!!

Como todos conhecemos, as capacidades de trabalho de Eduardo F são sobre humanas mas isso é apenas uma questão de estratégia:
..."Comecei por delinear qual seria a minha estratégia para fazer frente a este problema, que se
adivinhava de dificil resolução, pois estava-se a falar de aumentar em 4 a 5 vezes o ritmo de
trabalho que até então existia."...

O ritmo de trabalho alucinante desencadeado deixou os trabalhadores da Painhas com síndromes incuráveis, doenças crónicas, famílias devastadas! Mas os prazos tem de ser cumpridos!


..."Levando mãos ao trabalho", Eduardo iniciou a sua odisseia. Após várias semanas de (árduo) trabalho obteve resultados. E que resultados meu Deus...

Conseguiu precisar, com uma eficácia e um profissionalismo pouco característicos de alguém tão jovem, mas por outro lado muito comuns entre os deuses da sua congénere, quantos trabalhadores possui cada chefe de equipa!!! Como se isto não bastasse ainda colocou esses dados(milhares) numa tabela e conseguiu colori-la sem sair fora dos riscos!!




..."Com isto foi mais fácil definir algumas prioridades"...

Teve tempo e oportunidade para socializar com todos estes senhores e suas equipas de trabalho (senegaleses, moçambicanos e ucranianos) e satisfazer os seus caprichos (sexuais...), como o próprio descreve no seu escaldante relato:
"Na etapa seguinte, o que fiz foi fazer um levantamento (...) tentando que o trabalho fosse adequado aos meios que cada uma dispunha, à distância ao seu local de origem e à maior ou menor experiência das pessoas que as constituíam."
Isto sem esquecer um mimo aos beneficiários:
"Ao mesmo tempo que a ronda pelos proprietários era feita..."


Socializações à parte, o sentido de responsabilidade sempre aguçado por que é conhecido não deixa créditos por mãos alheias e a pontualidade torna-se um item importantíssimo nisto de ser engenheiro: "O cronograma de trabalhos inicialmente estabelecido, apesar de não ter sido cumprido..."
Após demonstrar graficamente a sua obra na Painhas remata com uma frase singela e plena de humildade ..."Claro que seria redutor dizer que as medidas por mim implantadas trouxeram este crescimento de 300%..." Grande Eduardo!!!300%!
"Seria impossível transpor para o papel tudo aquilo que aprendi!", continua o nosso petiz, agradecendo a Deus este dom. Ser engenheiro não é profissão, é uma bênção. Bênção para nós por termos no nosso país gente assim!

Quero terminar este relato emocionante da mesma forma que Eduardo F terminou o seu, salientando dificuldades mas sempre com uma palavra de esperança e filosófica. A sua prosa embora nada tenha de técnica (quem quer isso num relatório de fim de curso?) traz calma e serenidade aos nossos corações, por saber que há por aí alguém que toma conta de nós e planta os nossos PT´s e postes contra vontades e volatilidades das almas menos bondosas:


"Neste leque de vertentes, as autorizações dos proprietários revelaram-se sempre o factor
mais dificil de controlar. Na origem deste facto estão a volatilidade das decisões das pessoas, bem
como alguma confusão nas conversas entre a EDP e os donos dos terrenos."